sexta-feira, 18 de março de 2011

NAPOLI - Italia



NAPOLI


POMPEI – Mons Vesuvius


Missa, órgão e canto.



ESPÍRITO MAU
   Qual sangue rubro a manchar a tua porta,
   É de ti sofreguidão? Essa gente em pedra, morta!
   Eras inocente, Verônica, oh quanto oravas!
   No momento vejo-te errar entre as lavas.
   Onde tens o pensamento?
   Nossa alma, Vero,
   Como o calado Vesúvio,
   Dorme em silencio enquanto respeitamos
   Os mandos divinos. Contanto, se caso o renegamos
   Treme e explode, num momento o terror eclode!
   Não minha querida, não te apavoras!
   Vejo somente feridas e choras.
   Contudo pense nessa cidade,
   Que desenvolvida foi-se em calamidade!
   Esqueci-te por um segundo, pede a Deus.
   Que escuta a todo mundo, ao menos os seus!

VERÔNICA
   Dor! dor!
   Quisera libertar-me desses maus pensamentos,
   Que me esmagam o coração em eternos tormentos!
   És culpa minha essa devastação?


Dies irae, dies illa.


ESPÍRITO MAU
   Dessas cinzas surjam as chamas,
   Soe as trombetas nas alturas,
   Ao suplício não te entregas,
   E no teu coração, qual Terra, trema em eclosão!


Nil inultum remanebit.

VERÔNICA
   Sinto-me sufocar!
   Essas colunas em redor, que horror!
   Os fornos, o bar, as ruas, as gentes pedras,
   Necessito sair, senhor, quero ar!

ESPÍRITO MAU
   Até quando queres esconder-te dos teus crimes?
   Finge, mas quanto ocultas; suprime desejos sublimes.
   Pobrezinha! Melhor vestirias de fera.
   Revelá-te no vulcão obscuro ou irá voar pela atmosfera!


Quid sum miser tunc dicturus?


ESPÍRITO MAU
   Os anjos desviam de ti o olhar.
   Não se enternecem mais ao vê-la passar.
   Deverias, de antemão, em joelhos nessas pedras rezar!


Quid sum miser dicturus?


VERÔNICA
   Estrangeiros! Estrangeiros!
   Por favor, chamem-me os enfermeiros!

                         (desmaia)




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