sexta-feira, 11 de março de 2011

MARSEILLE- France



ADEGA DE AUERBACH EM MARSEILLE

Ainda em LEIPZIG.


Um grupo de jovens bohêmios.



CARLOSH
   Meus caros “tripinhas” vamos beber!
   Mais vale, quando desço de lá, a cara encher.

ANDIEL
   Começas primeiro quem sempre fica na “caca”.

CLEMENDE
   Então és tu mesmo, vais e pegá-me uma faca.

CARLOSH
   Já tens as duas, ai mesmo.

ANDIEL
   Porco imundo! se te acho a esmo,
   Logo, de ti, farei suculento torresmo!

ALIMA
   Pobre de mim que aqui já estou perdida.
   Ouvir marujo discutir, é sempre assim a vida?

CARLOSH
   Que seja posto fora quem veio brigar.
   Aqui é só beber, salgar, e francesa secar!

CLEMENDE
   Vamos eleger um chefe da máfia,
   Bem magro e bem brilhante.
   Alguém que a nós jamais desafia,
   Porque não suporto o atual comandante!

ANDIEL
   Saúde dez mil vezes, minha doce amada!

ALIMA
   Deixa-me quieta, se não queres boa patada.

ANDIEL
   À amada amor; beijos não podes proibir.
   Por acaso acordas com o oficial a te exibir?

ALIMA
   Também já me iludiu nessa encruzilhada!

CARLOSH
   Como cais assim em tão prevista cilada?

CLEMENDE
   Deveis reconhecer que entendo bem a vida.
   Vendo aqui sentados tantos pares amorosos,
   Logo vejo esperarem, propícios, em bela lida.
   Hão de entregar-se, por ai aos cantos, à parte e fogosos!

CORO (com entusiasmo)
   Qual se guardasse amor nas entranhas!

ANDIEL
   Querendo beber com todo o fervor,
   A espremer; arranhar num tremendo torpor!

CORO
   Qual se guardasse amor nas entranhas!

ALIMA
   A enganadora sorri suas manhas!

CARLOSH
   Qual se guardasse amor nas entranhas!

CLEMENDE
   Como os tolos rapazes assim se divertem.

ANDIEL
   Mesmo tolos nossa compaixão merecem!

ALIMA
   Corpulento e calvo que homem indiscreto!
   Como se fosse o teu estranho e vil afeto.

(Freder e Catarina entram.)

CATARINA HELM
   O povo se diverte com um pouco de luxúria
   A qualquer hora. O prazer logo se afigura!
   Enquanto, ao atendente, a conta não se ocupa,
   Todos estão alegres, ninguém se preocupa!

CLEMENDE
   Vem chegando esses dois de aventuras.
   Há uma hora, talvez, estavam na pousada.

CARLOSH
   É certo!, essa ai é bem ousada!

ANDIEL
   Estranha quem julga ser uma das puras.

ALIMA
   Deixais de julgamento!
   Com um copo de bom vinho,
   Em tal nobre momento, chamo-lhes ao nosso caminho!

CLEMENDE
   Talvez!

CARLOSH
   Vou fazer zombalheira...

CATARINA HELM
   Nunca pressente o Diabo esse povo,
   Mesmo que dele esteja ao lado, os louvo!

FREDER PAZ
   Eu vos saúdo, tripulantes!

ANDIEL
   Com prazer retribuo! Sempre avante!

CATARINA HELM
   Permitis que sentemos à vossa mesa?
   À beber melhor é essa companhia, com certeza!

ALIMA
   Parecei ser uma mulher de vida enfastiada.

CARLOSH
   Jantaste com Hans, à noite, por acaso?

CATARINA HELM
   Da última vez com ele me fiz caso!
   Vai assim à vida como hilária piada.
   Comentou sobre vos de toda vida curiosos.

CLEMENDE (falando baixo.)
   Ela conhece sobre nós todos!

ALIMA
   Espera um pouco então, mais provocarei.

CATARINA HELM
   O canto era afinado e muito agradava...

ALIMA
   És acaso cantora, que pelo mundo se acaba?

CATARINA HELM
   As forças renovo, a vontade é grande.

CARLOSH
   Deliciai-nos então como aos que mande.

CATARINA HELM
   Se vos apraz, contanto estou acompanhada.

ANDIEL
   Alguma novidade. Contanto essa vez é um camarada.

CATARINA HELM
   Da Espanha almejamos chegar com saúde.

ANDIEL
   Saúde para mim é hospede desejável.

CLEMENDE
   Uma companhia mais amável!

CATARINA HELM
   Belas calças vos oferto, ou desejo.

ALIMA
   Julgai-nos mal vestidos, ou foi meu lampejo?

CARLOSH
   A ti tanto faz as roupas perfeitas,
   Quando somente a querem em carnes feitas!

ANDIEL
   É mesmo ousada essa vil melada.

CLEMENDE
   Falei-vos! Melhor seria quando estás calada.

CATARINA HELM
   Homens e mulheres na corte a trepar.
   À rainhas e as criadas,
   Mordidas e picadas,
   Cena boa seria vos ver a olhar!

CORO
   Vamos nós esmagá-la, se vens a mostrar-te!

ALIMA
   Bravo! Bravo! Que bela lição.

CLEMENDE
   Assim há de tremer, pela primeira ocasião.

ANDIEL
   Aponta-lhe os dedinhos e a colhe cuidadosos.

CARLOSH
   Viva a liberdade! A libertinagem dos maldosos!

CATARINA HELM
   Com prazer beberia em vossa solidariedade,
   Se os vinhos daqui fossem bons de verdade!

CLEMENDE
   Não digais outra vez uma tal zombaria!

CATARINA HELM
   À casa traria vinhos da minha adega,
   Tão doces à provar, meu nobre colega.

CARLOSH
   A goela hei de encher, beber até enfartar!

ALIMA
   Creio serem criança, é suspeita, deves não importar.

CATARINA HELM
   Dizei. Que desejais beber até enfartar?

CARLOSH
   Por que dizeis assim, tendes outra saída?

CATARINA HELM
   Darei a cada qual que me forem à pedida.

CLEMENDE
   Começares muito cedo os lábios estralar!

ANDIEL
   Se és para escolher quero algo bem inalar.

CATARINA HELM
   Tenho um pouco de cera, façamos a escolha.

ALIMA
   Pareces brincadeira da boa golpista.

CARLOSH
   Vejas à tua frente, traçai logo a listra!

ANDIEL
   Não se pode evitar aquilo que é estrangeiro.

CLEMENDE
   Bem o diz, por isso vou eu, meu caro companheiro!

ALIMA
   Mas á tua mágica dás sem mais pesares?

CARLOSH
   Devo confessar, temos aqui pura e forte!

ANDIEL
   Dai-me risca bem cheia de mais esse doce.

CATARINA HELM
   Em Barcelona vais jorrar como vos tanto desejais!

CLEMENDE
   Ao que julgo essa criatura é metida e engraçada.

CATARINA HELM
   Se pensas assim, logo de negócio, fico arriscada.
   Com qual devo servir a todos, vamos rir...

CARLOSH
   O seu a cada qual! Por que estás embaraçada?

(Após todos estarem saciados, Catarina faz gestos estranhos.)

TODOS
   Mas que bela nascente aflora em realidade!

CATARINA HELM
   Tomai toda atenção, senão vai-se a metade.

TODOS
   À moda canibal és porca com furor animal!

CATARINA HELM
   Vede que povo livre a brincar com fervor!

FREDER PAZ
   Por mim já gostaria muito de ir-me.

CATARINA HELM
   Vede com atenção: a bestialidade agora e te anime!

CLEMENDE (alucinando.)
   Fogo! Fogo! Olhai: chamas do Inferno.

CATARINA HELM
   Cuidado! Meu elemento amado é muito terno.

CARLOSH
   Espera! Tudo demonstra que nos conheceis?

ANDIEL
   Deixai que ela nos faça tudo “travez”, uma só vez!

ALIMA
   Sugiro que a ponhamos fora! Daqui e agora!

CLEMENDE
   Essa devassa senhora colocara-nos numa trapaça!

CATARINA HELM
   Silêncio, sois todos baixos tripulantes!

CARLOSH
   Oh misera libertina, queres continuar com a grosseria!
   Já que de todos és total amante!

ALIMA
   Vais começar grande pancadaria!

ANDIEL
   Estou queimado? Estou queimado?

(Cada qual toma sua faca e avança para Catarina.)

CATARINA HELM
   Estranha-me que estejais aqui a variar,
   Logo ao alto oficial posso alertar!

(Todos ficam lisonjeados e olham-se uns aos outros.)

CARLOSH
   Onde estou por acaso?

ANDIEL
   Vou logo ir, senão me atraso.

ALIMA
   Acaso algo vi? Enxergo eu também?

CLEMENDE
   Eu de nada sei, só vos quero o bem!

CATARINA HELM
   Libertai-vos seus olhos desse sonho!
   Daqui às regras sou eu quem proponho!

TODOS
  Tudo isso foi sonho, ilusão e mentira,
  Cada qual segue à cabine, cessou a lira!

(Catarina some com Freder, enquanto os outros jovens se separam.)

 
 
 
 
Archipel Du Frioul - Château d`If - Marseille, France

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Lacerda sur Marseille

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Sur Mediterranean Sea avant Barcelona
 
 
 
 
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